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Precisamos de um Herói

Valha-nos Deus!

Precisamos de um herói. Um herói a sério, antigo e grego, daqueles que vinham do Olimpo. Não pode ser um herói que tenha uma bandolete a prender os caracóis, como nas novelas brasileiras. Não pode ser um herói por acaso, à procura do primeiro emprego.

Tem que ser um herói com poderes excepcionais que descenda de uma família onde o heroísmo seja inato e não conseguido porque alguém meteu uma cunha. Um herói que, sobre tudo e sobre todos, nutra o maior respeito pelo Bom Povo, nunca olhando para ele como o retrato da pobreza, como um humilhante impedimento a uma governação que devia ser feita em seu nome, no respeito pelo primado de que o Estado Somos Todos Nós! Um herói cujo único objectivo seja defender os pobres que nunca rezam ao mesmo deus dos “ricos”, mas rezam a um Deus de compaixão, que conhece o sofrimento das almas desafortunadas.

Um Herói que nos proteja da intransigência das elites minoritárias, que nos ampare nos dias em que a chuva que nos rouba as bacias e as vidas, que nos dê coragem quando as nossas crianças morrem vítimas de negligência institucional e que nos oiça quando rezamos pelos angolanos que continuam a desaparecer sem rasto.

Não sei se valerá a pena pôr um anúncio num jornal, pois nos dias que correm o mundo tem tido um enorme défice de heróis. Mas o caso é mesmo de urgência, é preciso resgatar o país para o domínio da ética e da inclusão.

É imperativo que quem pensa diferente não seja sempre apelidado de incompetente, analfabeto e sem obra que sustente a sua credibilidade, como um bando de oposicionistas sem qualquer resquício de inteligência, insusceptíveis de compreender quão valorosa é a actual caminhada rumo a um patamar que tornará Angola num exemplo para a África e para o Mundo.

O Povo não é o inimigo, os Jovens não são o inimigo, nunca serão. O verdadeiro inimigo é a pobreza sustentada pela corrupção e pelo egoísmo que não aceita investir na seriedade na agricultura e na distribuição equitativa e sustentada da riqueza nacional. O grande inimigo é a ausência de uma postura de seriedade que invista tudo o que temos numa educação primária de qualidade. O perigoso inimigo está na incapacidade de alguns herdeiros do poder popular perceberem que a motivação dos verdadeiros nacionalistas de ontem, de todos os lados, que defenderam a Liberdade de uma Pátria Nossa é a mesma que hoje é expressa por jovens, músicos, homens e mulheres de todas as crenças, jornalistas, escritores, economistas, advogados e engenheiros, quitandeiras e taxistas e por todos os mais velhos que já não podem mais ser reféns de um compromisso histórico que abandonou o seu ideal “científico” e rumou para um Estado de social porreirismo. O inimigo está, definitivamente, na miopia de alguns dirigentes que teimam em acreditar que a cegueira da Lei da Probidade é o mais eficiente mecanismo para transformarem os seus filhos em cidadãos respeitáveis e empreendedores.

As sociedades vivem de exemplos, que ninguém duvide disto!

Se o Herói que precisamos me estiver a ouvir que se apresente ao serviço, por favor, para nos guiar para uma Angola que queremos reconstruir como herança para os nossos filhos, a quem temos a obrigação de ensinar que não é a mentir que se constrói o respeito pela Pátria! 

Marcações: povo, pobreza, herói , trinitá