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MPLA pede respeito...

Na comemoração dos 57 anos do MPLA, o seu Vice-Presidente, Roberto de Almeida, “apelou ao respeito pelos órgãos de soberania legitimamente instituídos neste país, independentemente da filiação partidária ou do credo religioso, tendo em conta que “estamos condenados” a viver e a conviver na diversidade de pensamento e de opinião".

Afirmou ainda "que o respeito por aqueles que mereceram a confiança do povo nas urnas constitui um factor fundamental para o desenvolvimento da democracia e está confiante na maturidade do povo angolano que jamais de deixará levar por manobras”.

Depois de ler isto apeteceu-me fazer 3 perguntas:

1ª – De acordo com a CRA “A soberania una e indivisível, pertence ao povo, que a exerce através do sufrágio eleitoral, universal, livre, igual, secreto e periódico, do referendo e demais formas estabelecidas pela Constituição, nomeadamente para a escolha dos seus representantes". Assim, quem é que desrespeita o soberano? Quem é que prometeu distribuir melhor e não está a fazer? 

2ª – Viver e conviver na diversidade é salutar, significa que temos ideias próprias, que olhamos para o mundo de forma plural. Não é uma “condenação”. Condenação é viver num ambiente onde não se pode discordar. Será por esta razão que sempre que a diversidade se movimenta é apedrejada, presa ou morta pela mesma convicção que acha que a democracia nos foi imposta e por essa razão não consegue ser democrata?

3ª – Se o MPLA está confiante na maturidade do povo e sabe que ele jamais se deixará enganar, não devia ser mais cuidadoso na gestão da coisa pública e na protecção de corruptos, eternamente de serviço, que impedem que ao heroico e generoso povo, a quem lhe foi prometido o porco, apenas lhe chega o chouriço?

Marcações: povo, mpla, soberania, respeito, confiança, angola, democracia