PNEDECA já!

Vai ser criado o PNEDECA – PLANO NACIONAL ESTRATÉGICO DE DEFESA EMERGENTE CONTRA A ANARQUIA – de acordo com a informação prestada pelo Movimento de Cidadãos Chateados e Fartos de Aturar a Anarquia - MCCFAA – que teve hoje a sua primeira reunião ordinária no passeio ausente da Avenida António Barroso.

De acordo com o seu porta-voz, Dr. Passos Dias Incrédulo, a ideia de criar o PNEDECA decorre da certeza de que é necessário que se tome uma medida drástica contra a anarquia que se torna a cada dia mais destrutiva em Angola.

Não pretendem associar-se a nenhuma corrente de opinião, desde logo eternamente mal vista e sem aceitação, mas a verdade é que estão indignados com o grau de impunidade dos anarquistas que conquistaram um Estatuto do qual ninguém duvida.

À vista desarmada a anarquia parece ser apenas um mecanismo que é usado pelo povo quando os Estados deixam de ter autoridade. No nosso caso, a anarquia que está a incomodar o MCCFAA é realmente aquela que existe nas instituições do Estado e que surge como a maior vencedora na derrota de um projecto de país desenvolvido, pois é esta que está a dar o mau exemplo que depois sai para a rua.

Para o MCCFAA Angola não poderá alcançar nenhum sucesso enquanto existirem servidores públicos que hoje, sem qualquer receio, não perdem nenhuma oportunidade para boicotar aquilo que podia ser útil para milhões, caso o seu apetite não seja satisfeito.

O que espanta é que, não obstante, tantas vozes que já se levantaram, quem de direito continua a fazer ouvidos de mercador. A questão que se coloca e que não é negociável, prende-se com o facto dos cidadãos honestos deste país, que se levantam todos os dias da cama rumo a um emprego muitas vezes sem grandes perspectivas ou aqueles cujo sucesso tem testemunhas e é fruto de um trabalho que para ser bem-sucedido não precisa de prejudicar ninguém, estão fartos de ter que aturar um bando de vigaristas sem escrúpulos que à falta de uma educação alicerçada em princípios, creem que estão correctos quando permitem que o lucro ofusque o seu sentido de Estado.

Neste sentido, urge acordar a Lei da Probidade, a dos Crimes contra a Economia do Estado, a da Tolerância Zero e da Defesa da Integridade do Estado. Cumpre ainda no âmbito do seu douto Manifesto, criar uma Lei que Puna os Imbumbáveis Comedores de Capim que à Falta de Capacidade Apenas Prosperam em Cima da Desgraça dos Outros e Sempre Com Recurso ao Dinheiro do Estado.

Temos igualmente que criar um mecanismo legal que proíba que um cidadão, cujo seu salário seja inferior a cinco mil dólares (de acordo com a ordem de precedências na função pública que não permite que ninguém ganhe mais do que o chefe máximo), tenha vinte e dois carros, dezoito casas e dez empresas. Neste sentido o MCCFAA vem por este meio apelar às forças vivas da nação (as mortas que descansem em paz) que assumam a sua indignação contra todos aqueles que acham este país não tem amanhã para deixarmos para os nossos filhos. É que não foi isto que combinamos.

O que combinamos é que o país seria do povo e para o povo!

E é em nome do Povo que passa mal todos os dias e pela Pátria que se indigna com a antropofagia de alguns dos seus filhos que de servidores públicos se tornaram comedores públicos, que o MCCFAA expressa o seu veemente repúdio pelo facto dos nossos corruptos de serviço não conseguirem estabelecer nenhum limite ao engrandecimento das suas fortunas e fruto desde desrespeito pelos mortos caídos em combate para que nos tornássemos independentes, esfregam as suas fortunas nas nossas caras como se nós merecêssemos ser quotidianamente confrontados com o facto de que afinal o país tem donos e que na célebre frase que suportou um ideal durante tantos anos “o mais importante é resolver os problemas do povo” falta acrescentar “o mais importante é resolver os problemas do povo, se para tanto sobrar alguma coisa depois de termos resolvido os nossos problemas”!